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A filosofia não é um conjunto de conhecimentos prontos, um sistema acabado, fechado em si mesmo. A filosofia é uma maneira de pensar e é também uma postura diante do mundo.

Lição nº 63 e 64
Sumário: Os conhecimentos de facto e a relação de causalidade.

Actividade de Conolidação 3 página 193:

1) O que significa a ideia de causalidade, isto é, o que quer dizer a expressão "conexão necessária entre dois fenómenos"?
Ideia de causalidade é uma conexão necessária entre dois fenómenos, é uma ideia da qual não temos qualquer impressão sensível, sendo assim a posteriori, e a sua objectividade é destruída.

2) Assinale a passagem do documento 3 que mostra que não há experiência da relação causal entendida como conexão necessária.

Texto 3 : "...como não temos ideia alguma que não derive de uma impressão, se afirmarmos ter a ideia de ligação necessária (ou casual), deveremos encontrar alguma impressão que esteja na origem desta ideia."

3) Segundo Hume, não podemos comprovar empiricamente a ideia de uma conexão necessária ou causal entre dois fenómenos? Porquê?
Não podemos ter conhecimento de factos futuros, porque não podemos ter qualquer impressão sensível ou experiência do que ainda não aconteceu.

4)Aquilo que a experiência nos permite observar é que dois fenómenos aparecem conjuntamente, um a seguir ao outro, repetidas vezes. Como é que inferimos - já que não a constatamos - uma relação necessária ou causal entre esses dois fenómenos? Será um conhecimento?
Inferimos através da experiência, sim é um conhecimento, pois o conhecimento, segundo as ideias empiristas de David Hume, justificado pela experiência.

Lição nº61 e 62

Sunário:Análise e resumo de um texto sobre a teoria explicativa de David Hume.


Resumo do texto Origem das Ideias


11. Existe uma diferença considerável entre as noções da mente, quando sentimos alguma coisa e depois trazemos à memória a sua sensação ou a antecipamo-la. Estas faculdades podem copiar as percepções dos sentidos, mas não podem atingir a força e vivacidade do sentimento original. A não ser por motivo de doença ou loucura, elas nunca podem chegar a tal nível de vivacidade que tornem indistinguíveis as percepções.0 mais vivo pensamento é ainda inferior à mais turva sensação.
Em todas as outras percepções da mente podemos notar uma distinção similar. Um homem, num acesso de cólera, é movido de um modo muito diferente daquele que apenas pensa nesta emoção. Se alguém me diz que uma pessoa está apaixonada, eu compreendo o que quer dizer mas não posso ter ideia das desordens e as agitações da paixão. Os nossos sentimentos passados podem ser confundidos os nossos pensamentos originais.

12. As percepções da mente podem ser dívidas em duas classes. Estas distinguem-se pelos seus diferentes graus de força e vivacidade. Os pensamentos/Ideias são menos intensas e vivas. As impressões apresentam o oposto dos pensamentos ou ideias. As impressões em si são mais intensas que as ideias, das quais somos conscientes ao reflectirmos

13. À primeira vista, não há nada mais livre do que o pensamento humano, porque não só se esquiva a todo o poder e autoridade humanos, mas também não está dentro dos limites da natureza e da realidade. o pensamento pode transportar-nos para lá do universo, onde o caos é ilimitado. O que nunca foi visto ou se ouviu pode conceber-se no pensamento.
Embora o nosso pensamento pareça ter esta liberdade veremos, que se encontra realmente confinado a limites muito estreitos e que todo este poder criador da mente é a capacidade de compor, transpor, aumentar ou diminuir os materiais que no são fornecidos pelos sentidos e pela experiência. Todos os materiais do pensamento são derivados da sensibilidade externa ou interna: a mistura e composição destes pertencem à mente e à vontade.

14. Os dois argumentos seguintes serão, espero, suficientes para provar isto. Primeiro, ao analisarmos os nossos pensamentos ou ideias, por muito compostas e sublimes que sejam, sempre descobrimos que elas se resolvem em ideias tão simples como se fossem copiadas de uma sensação ou sentimento precedente. Após um escrutínio mais minucioso, serem delas derivadas, compete-nos, pois, a nós, se havemos de manter a nossa doutrina, mostrar a impressão, ou a percepção viva que lhe corresponde.

15. Segundo, se acontecer que um homem, em virtude de um defeito dos órgãos, não é susceptível de qualquer espécie de sensação, vemos sempre que ele é igualmente pouco susceptível das ideias correspondentes. Um homem cego não pode formar nenhuma noção das cores, e um surdo, dos sons. Restitua-se a cada um deles o sentido em que é deficiente. Admite-se prontamente que outros seres possam possuir muitos sentidos dos quais não temos nenhuma noção, porque as ideias deles nunca nos foram introduzidas da única maneira pela qual uma ideia pode ter acesso à mente, isto é, através da sensibilidade e da sensação efectivas.

16. Há porém um factor contraditório, que toma por exemplo as cores. Uma pessoa pode conhecer várias cores, e saber que lhe falta uma, e deixa uma interrupção para a mesma, mesmo sabendo que nunca a poderá encontrar, mas pode usar o seu sentido para ter uma ideia dessa cor. O que significa que os casos anteriores podem ser contra dispostos.

17. Por conseguinte, uma proposição que não só parece, em si mesma, simples e inteligível, mas que se dela se fizesse um uso conveniente.

Todas as ideias, em especial as abstractas, são naturalmente vagas e obscuras; a mente tem delas apenas um escasso domínio. E são propensas a confundir-se com outras ideias semelhantes: e quando utilizámos muitas vezes algum termo, embora sem um significado distinto. Pelo contrário, todas as impressões, isto é, todas as sensações, quer externas ou internas, são fortes e vivas; os limites entre elas estão mais exactamente determinados, e nem é fácil cair em erro ou engano em relação a elas. Por consequência, quando alimentarmos alguma suspeita de que um termo filosófico é empregue sem um significado ou ideia..

E se for impossível assinalar alguma, isso servirá para confirmar a nossa suspeita. Mediante esta tão clara elucidação das ideias, podemos justamente esperar remover toda a disputa que possa surgir acerca da sua natureza e realidade.

Filosofia – David Hume


O empirismo é uma concepção que influencia certos pensadores dos séculos XVII e XVIII incutindo um sentido experimentalista. Assim sendo esta corrente tem origem e deriva da experiência, rejeitando todos os elementos racionais a priori A razão não contém nenhum princípio ou ideia que não tenha como alicerce a experiência, ou seja não existem ideias inatas. David Hume é o filósofo que consubstancia a concepção que mais influência terá no nosso pensamento. Distinção entre impressões e ideias Hume introduz uma distinção entre impressões e ideias, considerando as primeiras evidências fortes e vivas que provêm do conhecimento de uma realidade exterior. Consequentemente as ideias são representações enfraquecidas e menos vivas das impressões do pensamento. Deste modo conclui que as ideias resultam do trabalho do espírito humano sobre as impressões. Relações de ideias e questões de facto Além da distinção entre impressões e ideias, Hume distingue o conhecimento em dois tipos: conhecimento de relações entre ideias e conhecimento de factos. As relações de ideias são de carácter intuitivo e correspondem ao trabalho da mente humana sobre si mesma. De certo modo têm a ver com a experiência, no entanto as ideias que formulamos já não são fundamentadas na experiência. Por via da indução, chega aos primeiros princípios empiristas: à Nada existe no nosso próprio espírito humano que não provenha da experiência. à A partir das experiências podemos formular relações de ideias, no entanto a mente não recorre a estas. O ser humano tem a ideia de Deus pois tem a impressão dessa ideia, conseguida através duma relação de ideias. Relativamente às questões de facto, estas dizem respeito às nossas impressões actuais e às nossas recordações actuais de ideias passadas. A título de exemplo, quando eu vejo o sol, não vejo nada que me indicie que este está a nascer, no entanto como tenho a impressão destes dois fenómenos (sol e nascer) separadamente posso afirmar que o sol nasce a uma determinada hora. Portanto, define-se relações de facto como as relações que o ser humano estabelece entre fenómenos que conhece separadamente, sendo esta relação a posteriori, pois é resultante da experiência. O princípio da causalidade passa a ser entendido como a relação que o ser humano faz entre factos semelhantes ou sucessivos. Principais críticas do empirismo ao racionalismo à Critica o cepticismo em geral uma vez que esta posição de negar qualquer tipo de existência de conhecimento, impossibilita as pessoas de emitir qualquer opinião ou impressão. à Critica o facto da dúvida universal não ser possível, no entanto Descartes usa-a, partindo do pressuposto que com ela é possível atingir um conhecimento verdadeiro. Hume considera a dúvida o último caminho para atingir um conhecimento verdadeiro. à Num dado momento inverte a crítica, afirmando que para os empiristas toda a racionalidade provém dos sentidos. Uma vez que os sentidos são enganadores, não se deve confiar nestes e ainda não se deve perceber das coisas nada que não seja as próprias coisas. O problema que D. Hume levantou e permanece até à actualidade como um problema real, é o da indução. Equaciona-se nos seguintes termos: ao afirmar-se que a expectativa de ocorrências futuras similares aos casos singulares observados anteriormente decorre simplesmente de um hábito, e de crenças suscitadas pelo hábito, sem qualquer garantia racional ou lógica, levantam-se três dificuldades à investigação científica futura. 1. Levantou, em primeiro lugar, o problema da (i)legitimidade lógica da indução, ou seja, o problema da justificação lógica da passagem de enunciados particulares para enunciados gerais, o mesmo é dizer, o problema da ilegitimidade das leis científicas. 2. Levantou ainda o problema da validade dos juízos acerca do futuro e de casos desconhecidos, o mesmo é dizer, o problema da legitimidade das previsões científicas. As previsões pertencem aquilo que ainda não foi observado e não podem ser inferidas logicamente daquilo que já foi observado, porque o que acontecei não impõe restrições lógicas aquilo que acontecerá. 3. Levantou em terceiro lugar o problema da causalidade, ou seja, o problema da legitimidade da conexão causal entre acontecimentos. A ilusão da causalidade provém, segundo Hume, da confusão entre conjunção ou sequência de acontecimentos com a sua conexão causal. Na verdade p e q não é o mesmo que “p implica q”. NB. O princípio da indução não se pode justificar apelando simplesmente à lógica. Assim sendo poderíamos supor que o indutivista derivaria a indução directamente da experiência, mas uma tal justificação é inaceitável porquanto incorre num circulo vicioso, uma vez que emprega o mesmo tipo de argumentação indutiva, cuja validade se supõe que necessita de justificação. Exemplo: O princípio da indução funcionou com êxito na ocasião X1 O princípio da indução funcionou com êxito na ocasião x2 Etc. O Princípio da indução funciona sempre Infere-se desta forma uma conclusão universal que afirma a validade do princípio da indução a partir de uma certa quantidade de enunciados singulares que registam aplicações com êxito do princípio do passado. Portanto a argumentação é indutiva, e não se pode, pois, utilizar para justificar o princípio de indução. Não podemos utilizar a indução para justificar a indução. Esta dificuldade foi designada como “problema da indução”


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Lição nº 59 e 60
Sumário: Modelos explicativos do conhecimento
A perspectiva de David Hume

O Empirismo de David Hume
- o empirismo consiste em aceitar a experiencia como única exclusiva fonte do conhecimento

Impressões e ideias são o conteúdo do conhecimento
Impressões: são imagens e sentimentos que derivam imediatamente da realidade; são percepções vivas e fortes.
Ideias: são cópias de imagens débeis das impressões
Há segundo Hume duas espécies de percepções:
-->Impressões
--> Ideias

Os tipos de conhecimento
Hume refere a existência de dois tipos de conhecimento:
-> Conhecimento de ideias (relações de ideias)
-> Conhecimento de questões de facto
Conhecimento de ideias (relações de ideias):
· O triângulo tem 3 lados
· Um objecto azul é um objecto com cor
· 25 É um terço de 75
Conhecimento de questões de facto:
· Amanhã vai chover
· A neve resulta da descida acentuada da temperatura
· O calor dilata os corpos
Os conhecimentos designados por “relações entre ideias” consideram-se a priori:
-->Consistem na análise do significado dos elementos de uma preposição tendo em vista, estabelecer relações entre as ideias que ela contém.
-->As “relações entre ideias” são preposições cuja verdade pode ser conhecida pelas simples inspecção lógica do seu conteúdo.
Nota explicativa: Muito embora todas as ideias tenham o seu fundamento nas impressões, podemos conhecer sem necessidade de recorrer às impressões, isto é no confronto com a experiencia. O exemplo são as preposições lógica matemáticos não resolvem por si o conhecimento do que existe no mundo. Poderemos apenas formar relações correctas entre ideias.

Conhecimento das questões de facto implica o confronto das preposições com a experiencia:
-->O valor de verdade das preposições tem de ser testada pela experiencia, ou, seja, temos de confrontar as proporções com a experiencia por formar a verificar se elas são verdadeiras sou falsas


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Nota explicativa: A verdade ou falsidade de uma proposição factual só pode ser testada e determinada a posteriori.
A verdade factual é contingente e a sua negação não implica contradição.

Relações de ideias

Conhecimento de facto
São conhecimentos a priori

São conhecimentos a posteriori
As relações de ideias são verdades necessárias

A verdade são proposições de facto, é contingente
As proposições que exprimem e combinam relações de ideias não nos dão qualquer conhecimento sobre o que se passa no mundo.

As proposições que se referem a factos visam descobrir coisas sobre o mundo e dar-nos conhecimentos sobre o que neste existe e acontece
Actividade de consolidação:
1.O que são relações entre ideias?
Relações entre ideias são conhecimentos a priori, são verdades necessárias.Consistem na análise do significado dos elementos de uma proposição tendo em vista estabelecer relações entre ideias que ela contém.
As proposições que exprimem e combinam relações de ideias não nos dão qualquer conhecimento sobre o que se passa no mundo.
2.O que são conhecimentos de facto?
Conhecimentos de facto são conhecimentos a posteriori, a verdade das proposições de facto e contingente.O conhecimento das questões de facto implica o confronto das proposições com a experiência.
As proposições que se referem a factos visam descobrir coisas sobre o mundo e dar-nos conhecimentos sobre o que neste existe e acontece.
3.O que distingue essencialmente relações de ideias e conhecimentos de facto?
Relações entre ideias é um conhecimento a priori, que nós aprendemos e conhecimento de facto é a posteriori ou seja aprendemos através da experiência.




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