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A filosofia não é um conjunto de conhecimentos prontos, um sistema acabado, fechado em si mesmo. A filosofia é uma maneira de pensar e é também uma postura diante do mundo.

Lição nº61 e 62

Sunário:Análise e resumo de um texto sobre a teoria explicativa de David Hume.


Resumo do texto Origem das Ideias


11. Existe uma diferença considerável entre as noções da mente, quando sentimos alguma coisa e depois trazemos à memória a sua sensação ou a antecipamo-la. Estas faculdades podem copiar as percepções dos sentidos, mas não podem atingir a força e vivacidade do sentimento original. A não ser por motivo de doença ou loucura, elas nunca podem chegar a tal nível de vivacidade que tornem indistinguíveis as percepções.0 mais vivo pensamento é ainda inferior à mais turva sensação.
Em todas as outras percepções da mente podemos notar uma distinção similar. Um homem, num acesso de cólera, é movido de um modo muito diferente daquele que apenas pensa nesta emoção. Se alguém me diz que uma pessoa está apaixonada, eu compreendo o que quer dizer mas não posso ter ideia das desordens e as agitações da paixão. Os nossos sentimentos passados podem ser confundidos os nossos pensamentos originais.

12. As percepções da mente podem ser dívidas em duas classes. Estas distinguem-se pelos seus diferentes graus de força e vivacidade. Os pensamentos/Ideias são menos intensas e vivas. As impressões apresentam o oposto dos pensamentos ou ideias. As impressões em si são mais intensas que as ideias, das quais somos conscientes ao reflectirmos

13. À primeira vista, não há nada mais livre do que o pensamento humano, porque não só se esquiva a todo o poder e autoridade humanos, mas também não está dentro dos limites da natureza e da realidade. o pensamento pode transportar-nos para lá do universo, onde o caos é ilimitado. O que nunca foi visto ou se ouviu pode conceber-se no pensamento.
Embora o nosso pensamento pareça ter esta liberdade veremos, que se encontra realmente confinado a limites muito estreitos e que todo este poder criador da mente é a capacidade de compor, transpor, aumentar ou diminuir os materiais que no são fornecidos pelos sentidos e pela experiência. Todos os materiais do pensamento são derivados da sensibilidade externa ou interna: a mistura e composição destes pertencem à mente e à vontade.

14. Os dois argumentos seguintes serão, espero, suficientes para provar isto. Primeiro, ao analisarmos os nossos pensamentos ou ideias, por muito compostas e sublimes que sejam, sempre descobrimos que elas se resolvem em ideias tão simples como se fossem copiadas de uma sensação ou sentimento precedente. Após um escrutínio mais minucioso, serem delas derivadas, compete-nos, pois, a nós, se havemos de manter a nossa doutrina, mostrar a impressão, ou a percepção viva que lhe corresponde.

15. Segundo, se acontecer que um homem, em virtude de um defeito dos órgãos, não é susceptível de qualquer espécie de sensação, vemos sempre que ele é igualmente pouco susceptível das ideias correspondentes. Um homem cego não pode formar nenhuma noção das cores, e um surdo, dos sons. Restitua-se a cada um deles o sentido em que é deficiente. Admite-se prontamente que outros seres possam possuir muitos sentidos dos quais não temos nenhuma noção, porque as ideias deles nunca nos foram introduzidas da única maneira pela qual uma ideia pode ter acesso à mente, isto é, através da sensibilidade e da sensação efectivas.

16. Há porém um factor contraditório, que toma por exemplo as cores. Uma pessoa pode conhecer várias cores, e saber que lhe falta uma, e deixa uma interrupção para a mesma, mesmo sabendo que nunca a poderá encontrar, mas pode usar o seu sentido para ter uma ideia dessa cor. O que significa que os casos anteriores podem ser contra dispostos.

17. Por conseguinte, uma proposição que não só parece, em si mesma, simples e inteligível, mas que se dela se fizesse um uso conveniente.

Todas as ideias, em especial as abstractas, são naturalmente vagas e obscuras; a mente tem delas apenas um escasso domínio. E são propensas a confundir-se com outras ideias semelhantes: e quando utilizámos muitas vezes algum termo, embora sem um significado distinto. Pelo contrário, todas as impressões, isto é, todas as sensações, quer externas ou internas, são fortes e vivas; os limites entre elas estão mais exactamente determinados, e nem é fácil cair em erro ou engano em relação a elas. Por consequência, quando alimentarmos alguma suspeita de que um termo filosófico é empregue sem um significado ou ideia..

E se for impossível assinalar alguma, isso servirá para confirmar a nossa suspeita. Mediante esta tão clara elucidação das ideias, podemos justamente esperar remover toda a disputa que possa surgir acerca da sua natureza e realidade.

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